OUTRAS ESCRITAS

O naufrágio do jornalismo brasileiro

Alguns órgãos de imprensa atuam partidariamente. Inúmeros estudiosos de comunicação atestam isso. A antes denominada grande impressa, rótulo em especial para Folha, Estado, sistema Globo e Veja, hoje é tratada como mídia hegemônica ou, na expressão difundida por Paulo Henrique Amorim, PIG, o Partido da Imprensa Golpista. Amorim escreveu “O Quarto Poder” (Editora Hedra, 2015), livro em que relata, entre outras passagens, o engajamento desses órgãos na eleição de Fernando Collor e de Fernando Henrique Cardoso, além de destacar crises financeiras desses meios, uma delas no capítulo “Globo quebra, governo conserta”.

O jornalista Luís Nassif também escreve a respeito. Lançou, em outubro, “O Caso Veja – O naufrágio do jornalismo brasileiro” (Kotter Editorial). Neste livro, Nassif descreve o padrão Murdoch, referência ao magnata australiano proprietário da Fox estadunidense, no qual os “quatro grandes grupos de mídia – Globo, Abril, Folha e Estado – espelharam-se para montar o pacto de 2005”. O pacto caracterizou-se pelo alinhamento à extrema direita política, criação de inimigos externos, ridicularização do cidadão comum e assassinatos de reputação. Ali nasceu o bolsonarismo, com o “jornalismo de esgoto”. No capítulo “Jornalismo brasileiro na era da infâmia”, Nassif fala da mistura da cozinha com a copa (jargão para redação e comercial). O livro comenta a indústria de dossiês e parcerias de jornalistas e meios com lobistas.

Vale a leitura.

You may also like

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sintomas mórbidos

Sabrina Fernandes, doutora em sociologia com especialização em economia política, youtuber do Tese Onze, faz ...