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Campanha de conquistas?

Colaboração encaminhada ao Todo Plural por Pedro Aires

“Vitória! Bradam as direções sindicais.

Vencemos?

54% dos bancários da Caixa, da maior base sindical do país (SP), votaram a favor de aprovação das propostas econômicas da Fenaban. Aprovaram também no pacote a continuidade do assédio diário imposto pela direção do banco e, por tabela, o arrocho salarial praticado pelo executivo federal.

Foi uma luta árdua. A direção do Movimento Sindical, depois de exaustivas conversações com os banqueiros, inclusas aquelas de madrugada afora, construiu e costurou propostas tidas como “vitoriosas” que garantiriam interesses… (patronais?). 

O marketing da Campanha Nacional dos bancários iniciou-se muito antes da data-base, talvez por tanto trabalho, não houvesse tempo suficiente para dialogar e organizar os trabalhadores para se apropriarem do debate e escolhessem os rumos que vislumbrassem conquistas econômicas e sociais – frente a exploração do capital -. Mas o que importa afinal? – a vitória!

Vitoria suada, “arrancada” da ganância patronal, mas, enfim, novo acordo para os próximos dois anos. Acordo consolidado em mesa burocrática, longe das assembleias acaloradas, trabalhosas e acabrunhadas, repletas de bancários, aqueles que não sabem decidir por si, um futuro melhor! Um grande êxito, segundo líderes sindicais, mas de maioria minguada- 4%,

A tal vitória badalada nas mídias sociais fora construída, dentre outros, por votos a pedido de SEVs, e sobre acuado controle de algumas SRs – tudo no melhor figurino de cumprimento de metas necessárias ao triunfo.  Em paralelo, a direção sindical (Contraf-Cut), em táticas de contendas, prolongou por 24 horas “democráticas” o plebiscito eletrônico nacional, via ponto com ponto br. Voto secreto para o bancário, mas aberto às direções sindicais, que minuto a minuto foram consolidando, por voto de cabresto, o sucesso da empreitada.

Conquista brilhante, sem afronto às finanças, sem enfrentamento às práticas diárias de assédio moral impostas pela direção do banco, sem rusgas com o executivo federal… e o melhor, sem a presença dos ruidosos e inoportunos bancários da base.

Por maioria de 4%, vitória! Vitória da institucionalidade burguesa, selada com ajuda da direção sindical, contra 46% de trabalhadores do banco público, pasmados e abandonados no cotidiano monstruoso de vendas metrificadas, em sua humilde tentativa de subversão da lógica vigente, a lógica do capital: Vencidos em sua “ganância” de repor o poder de compra dos últimos 12 meses, e conquistar algumas outras descuidadas migalhas caídas da farra do capital especulativo.

Ganhamos o jogo! Quem ganhou?”

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