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Segundo turno – eleições 2022 – “A força da grana que ergue e destrói coisas belas”.

Colaboração encaminhada ao TodoPlural por Pedro Aires

Não se pode esquecer, o Brasil é um país dependente, periférico no sistema capitalista globalizado e distante da possibilidade da tão desejada soberania. Grande parte de seu PIB se consolida pela exportação das ditas commodities – designação em língua imperialista para produtos primários – matérias primas: exploração de minérios e agricultura de grande escala, sem agregadores de valores.

As eleições, mesmo que de cunho liberal no país, são um importante instrumento de mobilização, enfrentamento e, quiçá, mudança deste cenário. Mas a história já demonstrou não bastar! Para superarmos o capital financeiro transnacionalizado, suas maldades e a fome de enriquecimento das elites, que não são nacionais, apenas locais, precisamos de esforços adicionais. O passado nos relembra que as conquistas dos trabalhadores se conjugaram pela capacidade de sua organização, enfrentamento, plataformas e programas de partidos políticos comprometidos com o desenvolvimento de uma nação inclusiva.

No segundo turno das eleições de 2022, poderia optar-se por estratégia de reinício de grande movimento, que contemplasse e incluísse, entre outros setores, os trabalhadores e suas entidades representativas e de lutas. Um abarcamento de sujeitos movidos pela transformação, capazes de se disporem em torno de programas concretos de superação da fome e miséria, não apenas tratados como pessoas e organizações reprodutoras de marketing digitais.

As primeiras ações nesse sentido sempre surgiram de lideranças e direções das organizações populares, sejam elas entidades de corte classistas, trabalhistas, culturais, religiosas…

Afinal, serão estas forças sociais que respaldarão possível vitória do candidato do “campo popular”, sua possível posse e seu possível governo. Ou, ao contrário, vitorioso nas urnas e sem respaldo dessas forças, novamente cairemos nos atoleiros das negociações do toma lá dá cá, de um congresso enviesado pelo conservadorismo, e continuaremos a jogar no ralo da sangria metade da arrecadação federal para o pagamento dos juros da dívida pública – mais de um bilhão de reais todo Santo Dia!

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