De Breno Altman, jornalista de origem judaica e com parte de sua família vítima dos campos de concentração nazistas na Segunda Guerra (1939-1945), a propósito da fala de Lula em entrevista na Etiópia no último domingo. Lula afirmou que, em Gaza, não se trata de “uma guerra entre soldados e soldados, é uma guerra entre soldados altamente preparados contra mulheres crianças (…) O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar judeus”
Disse Altman:
“O Presidente Lula acertou ou errou com sua frase? Eu vou ser taxativo: o Presidente Lula tem razão. O Presidente Lula tem toda a razão! O Presidente Lula expôs a contradição mais brutal do regime sionista. A fonte de legitimidade do regime sionista é o antissemitismo, a histórica perseguição contra judeus (…) o holocausto, assassinato de seis milhões de judeus pelo regime nazista. Pois bem, um regime cuja fonte principal de legitimidade é o sofrimento do povo judeu sob o jugo nazista pode fazer contra outro povo, no caso o povo palestino, pode adotar em relação a outro povo metodologia de extermínio semelhante àquelas que foram empregadas pelo nazismo contra os judeus?”
Destaca Altman que essa é a contradição que o presidente Lula expôs. Na análise do jornalista, “o presidente Lula rompeu a bolha da hipocrisia. O regime sionista não pode utilizar o holocausto com álibi para o massacre contra o povo palestino. O regime sionista não pode se apropriar do sofrimento judaico sob o nazismo para impor ao povo palestino o sofrimento que está impondo há décadas.”
E conclui: “O Presidente Lula teve a valentia e a serenidade de deixar escrachada essa contradição.”
Nenhuma autoridade internacional questionou o presidente Lula, exceção ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Na mídia internacional, repercussão equidistante, sem questionar a fala de Lula. Na mídia corporativa de direita brasileira, representada pela Globo, Folha e Estado de São Paulo, exigência a Lula para que se retrate. Para exemplificar: a mídia corporativa é aquela que atribui a morte de milhares de crianças na Palestina ao fator demográfico, e não aos bombardeios sionistas. Canalhice.
Análise de Breno Altman em https://www.youtube.com/watch?v=WCtG2Ix7iBA&ab_channel=OperaMundi
Leia mais em https://todoplural.com.br/2024/01/06/vitima-das-vitimas/