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Preço Paridade Importação (PPI): é a denominação da política de preços dos combustíveis adotada a partir do governo Temer. Consequência? Gasolina, diesel e gás de cozinha reajustados bem acima da inflação e do preço do barril de petróleo.

Uma das críticas que se fazia ao Governo Dilma Rousseff era a de controle de preços de combustíveis, por ele orientado à direção da Petrobras. As vozes irritadas vinham de acionistas da companhia, no Brasil e no exterior. A desaprovação ao governo se alimentava dos artigos na mídia assinados por aqueles que criticam qualquer interferência do Estado em qualquer área.

No Brasil continental sem ferrovias predomina o transporte sobre pneus. A variação do preço do combustível, por óbvio, afeta o custo de um sem-número de produtos. Esse custo é repassado ao consumidor.

Dilma afastada, o Governo Temer adotou a Política do Preço Paridade (PPI). Bolsonaro a mantém. Acionistas e articulistas comemoraram. Com a PPI, os combustíveis passaram a ter seus preços vinculados ao custo do barril de petróleo, à variação do dólar e ao custo de importação. Pouco importa que, ao menos por enquanto, o país produza praticamente todo o petróleo que consome e disponha de refinarias para transformar 80% dele em derivados. A referência é o interesse de quem se vale do preço lá fora.

Segundo informa a Federação Única dos Petroleiros com base em estudos do Dieese, de julho de 2017 a janeiro de 2021 a gasolina teve reajustes de 59,67%, o diesel, 42,64%, e o gás liquefeito de petróleo (gás de cozinha) subiu 130,79%. No mesmo período, o barril de petróleo acumulou alta de 15,40% e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 15,02%.

Está aí o resultado da PPI. Está aí o resultado de se ajustar a estatal – em processo de privatização por seu fatiamento com a venda da participação na BR Distribuidora, Liquigás e com refinarias transformadas em subsidiárias para serem alienadas – ao interesse de seus futuros controladores.

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