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Constatação do IBGE em pesquisa relativa a número de empresas e de empregados do comércio: “De 2014 a 2019, comércio perde 11% das empresas e 4,4% dos trabalhadores”.

O ano de 2014 foi o último da primeira gestão Dilma Rousseff, período marcado, segundo seus críticos, pela contenção artificial de tarifas públicas como energia elétrica e combustíveis, em prejuízo de investidores pátrios e não pátrios. Também houve ousada atuação de bancos públicos na oferta de crédito e redução de taxas de juros especialmente em 2012 e 2013, com ganhos de fatia de mercado dessas instituições e perdas à concorrência.

Reeleita, viu o resultado do pleito de 2014, na mesma noite, questionado pelo peessedebista Aécio Neves, então concorrente derrotado no segundo turno. O questionamento não prosperou. Mais tarde, ao tucano foi atribuída a frase “fiz isso para encher o saco”.

Em 2015, tentando antecipar-se às iniciativas de oligarcas de apeá-la da cadeira, nomeou um banqueiro neoliberal para a área econômica e com ele, por óbvio, tal modelo. Tarifas foram liberadas no supetão para subirem ao gosto do mercado e parâmetros internacionais, o crédito escasseou, inflação e recessão não tardaram.

Dilma foi afastada em 2016 por conta de “pedaladas fiscais”, práticas contábeis que não traziam nada de original em relação ao que se constatara em governos anteriores. Não foram necessários para o afastamento da presidenta algo como 120 pedidos de impedimento que alcançam, sem sucesso, o presidente atual.

De qualquer forma, voltemos à pesquisa do IBGE.

Observando-se o impacto desde o início de 2015, cresceu o número de empresas de atacado em 2019 comparativamente a 2014, mais 6.186.  No entanto, o número de varejistas caiu 178.807 e, no total de empresas, corte de 177.282. Aliás, varejistas, comerciantes de veículos e total de empresas somavam, em 2019, números inferiores aos de 2010, último ano do segundo governo Lula.

Quanto ao pessoal empregado, a redução em 2019 ante 2014 alcançava todos os segmentos, inclusive o atacadista: veículos, peças e motocicletas cortaram 31.981 postos de trabalho; atacado, menos 107.975; varejista, menos 326.183; e comércio total, redução de 466.39.

Ainda não há pesquisa relativamente a 2020. Outras fontes e estudos  parciais, no entanto, já revelam fechamento elevado de empresas e postos de trabalho no ano passado, sem recuperação efetiva em 2021. O modelo continua o mesmo, a inflação segue alta, taxas de juros crescem e o produto interno bruto tem projetada variação que, no cenário otimista, irá apenas repor as perdas do ano da pandemia.

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