O documentário “Sérgio Moro: a construção de um juiz acima de lei”, produzido e coordenado por Lourdes Nassif do Jornal GGN, com a participação dos jornalistas Luís Nassif, Marcelo Auler e Cíntia Alves, relata a atuação do ex-juiz e ex-ministro do governo Bolsonaro em casos anteriores à Lava Jato. Entre os casos, o Escândalo do Banestado – CC5, em que a parcialidade do ex-juiz foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, e a “Operação Agrofantasma”, relacionada à Cooperativa Agrícola Assis, do Paraná, envolvendo 45 trabalhadores rurais.
Agrofantasma
Nessa operação, relata de Auler, “com a autorização de Moro, a polícia utilizou-se da tática de primeiro prender para depois perguntar ou investigar”. Onze agricultores foram presos, submetidos a mandatos de busca e apreensão inclusive “de iates, embora residissem em sítios localizados a 300 km do mar”. A acusação era de emissão de notas fiscais de produtos não entregues, para desvios de recursos de programa federal de aquisição. Passados cinco anos, com Moro já afastado para atuar na Lava Jato, a juíza que o substituiu encerrou o caso, inocentando todos os acusados ao constatar mero erro burocrático na emissão de tais notas e nenhuma ação criminosa. A Cooperativa acabou destruída, segundo o depoimento de agricultores.
Atuação enquanto promotor de acusação em vez de magistrado, de coordenador de investigação, tarefa que caberia aos investigadores, da determinação de prisões preventivas intermináveis para que os delatores apresentassem a versão desejada da história são práticas denunciadas, anteriores à Lava Jato, mas que acabaram moldando essa operação, menciona o documentário.
No caso da Lava Jato, tais práticas vêm sendo reveladas em série de matérias publicadas pelo portal The Intercept e outros órgãos de imprensa, intitulada “Vaza Jato”.
Para assistir o documentário https://www.youtube.com/watch?v=tBc6AnRZfjo
Para a série de matérias Vaza Jato https://theintercept.com/2020/01/20/linha-do-tempo-vaza-jato/