ESTANTE

Por uma associação de pessoas, não de gurus, não uma PJ.

O adiamento das eleições à Diretoria-executiva e ao Conselho Deliberativo da Apcef São Paulo, gestão 2020-2023, que ocorreriam em abril e, em razão da pandemia, serão realizadas apenas agora, em 28 de outubro, ao mesmo tempo em que determinou a inusitada prorrogação de mandatos permitiu, a quem se dispusesse a tanto, a apresentação de críticas e alternativas.

Nós nos dispusemos a formular críticas e alternativas, embora não pudéssemos fazê-lo por canais institucionais da entidade, nem tivéssemos nossa proposta para o debate entre candidatos aceita pelos concorrentes da situação.

Valemo-nos de nossos próprios meios, vídeos e textos. E, neste tempo, não nos limitamos exclusivamente a projetos para a Associação, embora sejam inúmeras as propostas apresentadas.

Tratamos, também, do que deve ser a essência do trabalho da Apcef São Paulo: organização de bancários da Caixa, defesa de seus direitos e defesa da própria Caixa enquanto empresa pública, convictos de que a defesa de direitos não é antagônica à defesa da Caixa.

Nesse período houve efêmera campanha salarial, encerrada de afogadilho. Nós nos posicionamos – mais uma vez, por nossos meios – contrariamente ao acordo firmado em agosto sem resistência alguma. O acordo desprezou o tema previdência, consagrou o anseio da direção da Caixa em seu limite de gastos no Saúde Caixa, convencionou a exclusão desse plano, quando da aposentadoria, daqueles admitidos após agosto de 2018 e definiu um grupo de trabalho para formular alterações cujas premissas que dão fim a direitos estão em parágrafos da respectiva cláusula. Fomos contrários ao acordo, pois pactuou reajuste inferior à inflação – perda real, em outras palavras – em setor de atividade recordista de ganhos. Também nos posicionamos contrariamente ao acordo, pois dificulta demandas judiciais relativamente à jornada de trabalho, cláusula ao que parece encomendada por banqueiros. E criticamos a ausência de discussão quanto à taxa negocial descontada dos trabalhadores em favor de sindicatos.

A Apcef São Paulo, nesse processo, foi apenas submissa. Não é possível rotulá-la nem mesmo de secundária. Expôs sua imagem e de seus diretores – alguns constrangidos, há que se reconhecer – por meio de manifestações que se limitaram a releases mal-acabados.

Ao ser reduzida a essa dimensão – um “puxadinho” do sindicato de São Paulo, na expressão de muitos – A Apcef São Paulo é desvalorizada e seus associados são desprezados.

Por isso fomos críticos e, por isso, apresentamos alternativas.

Nós, da Agora é Para Todos, defendemos o respeito a todos as entidades, concorde-se ou não com elas. Mas defendemos autonomia, não submissão. Defendemos o espaço a mais e mais associados na Apcef, para nós uma associação de pessoas, não de gurus, não uma PJ.

Com mais e mais associados, se constroem eventos e lutas. Com mais e mais associados, iremos crescer.

texto publicado originalmente em https://www.facebook.com/AgoraParaTodos3/posts/178845433781454

You may also like

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

More in:ESTANTE