O que faz de uma entidade antes respeitada por sua independência, uma entidade antes abrigo de ideias e ideais, entidade renascida nos anos 1980 do trabalho daqueles que sempre valorizaram pensamentos distintos, transformando-os em meio de fortalecimento de todas as lutas, entidade que não largava ninguém pelo caminho, enfim, o que faz de uma entidade, antes criadora, hoje submissa?
A entidade submissa é reflexo de seus dirigentes. A submissão não é de todos eles, há que se destacar. Alguns foram excluídos, outros alijados dos raros debates e afastados do cotidiano da entidade. A submissão é de alguns com sua presença ali ainda autorizada e, em seu nome, submetem-se os que restaram. É a subserviência das pessoas em lugar da atitude independente.
E é lamentável dizer: trata-se da Apcef São Paulo de hoje.
Guiada por poucos que nem por ela se responsabilizam, por gurus camuflados, a Apcef São Paulo submete-se, em ofensa à sua história, exclusivamente ao interesse de uma corrente política, corrente que, na palavra de um desses gurus, rotula sua identificação de mais de três décadas, Nossa Luta, como mera “logomarca”. Logomarca?!
O interesse pela máquina faz iguais os que submetem e os submetidos.
Assim, são endossadas as práticas de não revelar armadilhas aos trabalhadores, armadilhas que, se reveladas, impediriam a aprovação de propostas negociadas por esses mesmos gurus, gente praticante da meia verdade. Assim, iniciativas publicamente anunciadas pela entidade, mas anunciadas sem a autorização da corrente e a ela inconvenientes, desaparecem quando da repreensão dos gurus. Assim, são desprezados aposentados ao se endossar sua exclusão de congressos da categoria, coisa jamais vista. São desprezados contingentes de associados ao se valorizar, apenas para grupos ou regiões escolhidas, ações que caberiam a toda sua base.
Não por acaso, portanto, que nas eleições de 2020 para a Apcef São Paulo as chapas de oposição sejam integradas – mais que isso, encabeçadas – por dirigentes da atual gestão da Associação, dirigentes formalmente no cargo, mas na prática excluídos, aos quais se proíbe até mesmo a voz.
Nós, que apresentamos esse manifesto, tivemos o privilégio de ocupar a presidência da Apcef São Paulo. Éramos da Nossa Luta de então, não da dita logomarca de agora. Vivíamos um movimento que ainda se faz necessário, um movimento com pessoas dispostas a discutir e construir exatamente isso, nossas lutas, das trabalhadoras e trabalhadores, das aposentadas e aposentados da Caixa.
Por isso, coerentes com a história, avessos à submissão, estamos alinhados a uma chapa que não tem apenas esta ou aquela corrente, a uma chapa que não enxerga a Apcef apenas para este ou para aquele.
Estamos alinhados a uma Apcef para todos. Chapa 3 – Agora é Para Todos.
Plínio Pavão, presidente na gestão 1990-1992
Valmir Gôngora, presidente nas gestões 1996-1999 e 1999-2002
Fabiana Matheus, presidenta nas gestões 2002-2005 e 2005-2008