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Cem anos de solidão

É do colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014), entre tantas obras, “Cem anos de solidão” (1967), livro que inspira a série de mesmo nome, disponível na plataforma Netflix.

O romance narra a saga da família Buendía na imaginária Macondo, desde o casal que  construiu a localidade até seus  tataranetos. São décadas e décadas que se sucedem, com aventuras de profetas, videntes, ciganos, prostitutas e fantasmas, em uma comunidade feita para dirigir a si mesma, e da guerra entre colombianos alinhados aos conservadores e colombianos alinhados aos liberais, estes comandados pelo mais improvável dos líderes, no caso um dos filhos do patriarca José Arcadio Buendía. Entre as passagens criadas por García Márquez, a apresentação por emissários do governo conservador de medidas necessárias para a celebração da paz. Eram reformas conservadoras que determinavam a renúncia, pelos liberais, a tudo pelo que lutavam.

“- Quer dizer – sorriu o Coronel Aureliano Buendía quando terminou a leitura – que só estamos lutando pelo poder.

– São reformas táticas – respondeu um dos delegados. No momento, o essencial é ampliar a base popular da guerra. Depois se vê.

Um dos assessores de Buendía se apressou em intervir:

– É um contrassenso – disse. Se estas reformas são boas, quer dizer que bom é o regime conservador. Se com elas conseguimos ampliar a base popular da guerra, como dizem os senhores, quer dizer que o regime tem uma ampla base popular. Quer dizer, em suma, que durante quase vinte anos estivemos lutando contra os sentimentos da nação”.

García Márquez é autor associado ao realismo fantástico, categoria literária em que coexistem em harmonia elementos folclóricos, imaginários e a realidade objetiva.

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