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Dez Mitos sobre Israel

O israelense Ilan Pappe, diretor do Centro Europeu de Estudos Palestinos da Universidade de Exeter, na Grã-Bretanha, desfaz em seu livro “Dez Mitos sobre Israel” (Ed. Tabla, 2017) elementos do discurso da propaganda sionista, propaganda que tenta justificar as incessantes agressões do estado de Israel aos palestinos.

Pappe, ao elencar tais mitos, apresenta registros factuais que atestam serem  os mitos o que são: mitos. A verdade é que sionismo não é judaísmo, palestinos foram expulsos de suas terras em 1948 e não a deixaram voluntariamente, como querem fazer crer os sionistas. Israel, diz o escritor, não é um estado democrático. A Palestina não foi salva, e sim colonizada.

Embora o livro tenha sido publicado em 2017, relatos de Ilan Pappe se ajustam a fatos atuais. Diz o escritor: “Desde o início da ocupação, os palestinos se viram diante de duas opções: aceitar o encarceramento permanente em uma megaprisão por um período muito longo, ou correr o risco de sofrer nas mãos do exército mais forte do Oriente Médio”. E ele acrescenta: “Quando palestinos resistiram – como fizeram em 1987, 2000, 2006, 2012, 2014 e 2016 – foram alvejados como se fossem soldados ou unidades militares convencionais. Cidades e vilarejos foram bombardeados como se fossem bases militares, e a população civil desarmada foi alvo de tiros como se fosse um exército em campo de batalha”.

A estratégia de Israel é a de limpeza étnica da Palestina. Lembra o escritor, ao mencionar a operação israelense “Chumbo Fundido”, de 2009, que “optei por chamar a política israelense de genocídio incremental. Como as respostas que recebi, inclusive de alguns proeminentes ativistas dos direitos humanos, indicaram certo desconforto pela utilização do termo, repensei-o por algum tempo, mas voltei a empregá-lo em tempos recentes com redobrada convicção: é a única maneira apropriada de descrever o que o exército israelense tem feito na Faixa de Gaza desde 2006”.

Nada diferente de 2023. Desde o dia 7 de outubro, mais de 10 mil mortos em Gaza, dos quais 4 mil crianças, e centenas de milhares de pessoas desabrigadas, expulsas de suas casas.

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