A Central Única dos Trabalhadores – CUT completa em 28 de agosto seus 40 anos. Foi criada durante o Primeiro Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), realizado em 1983 na cidade de São Bernardo do Campo, do qual participaram 5.000 trabalhadores e trabalhadoras de todas as regiões do país.
A CUT nasceu sob a inspiração de militantes em luta por seus direitos ainda na segunda metade dos anos 1970, luta embalada especialmente pelo movimento paredista de operários e operárias da região do ABCD Paulista. Mais que mera reivindicação em negociação com patrões, o movimento, que tinha como seu maior líder Luiz Inácio da Silva, o Lula, caracterizou-se como enfrentamento à ditadura militar (1964-1985). A ditadura era patrocinada pela oligarquia instalada no país, então representada por grandes grupos empresariais como Volkswagen e Ultragaz, além de meios de comunicação, destacadamente Organizações Globo, Grupo Folha e O Estado de São Paulo.
Embora nascida para ser a única sob a ótica de unidade do movimento trabalhista em torno de sua representação, o país viu surgirem posteriormente outras centrais, algumas delas em consequência da divisão política na representação de esquerda brasileira ou, ainda, ao menos uma incentivada pelo segmento patronal como contraponto à própria CUT.
A CUT tem filiadas 3.806 entidades, com 7,8 milhões de trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo a elas associados e associadas e 23,9 milhões na base. É a maior central brasileira e da América Latina. Mesmo que questionada em muitos momentos, com críticas à política tida, por vezes, como menos engajada na organização da luta dos trabalhadores ou alinhada a governos petistas, ela é de fundamental importância. É indispensável como entidade de organização da luta sindical e política no país.
Que tenha outras tantas décadas de existência, Central Única dos Trabalhadores.