Prêmio Camões, instituído pelos governos de Portugal e do Brasil, é concedido a autores em língua portuguesa. Em 2019, ano de sua 31ª edição, o júri integrado por portugueses, brasileiros e africanos escolheu premiar Chico Buarque de Hollanda. No entanto, Jair Bolsonaro, presidente brasileiro naquele ano, recusou-se a assinar o diploma.
Com atraso de quatro anos, o cantor, compositor, escritor e dramaturgo recebeu seu prêmio neste 24 de abril no Palácio de Queluz, em Lisboa, em cerimônia da qual participou o Presidente Lula. Disse Chico: “aquele governo foi derrotado nas urnas, mas nem por isso podemos nos distrair, pois a ameaça fascista persiste (…) Hoje reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma de meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura de nosso presidente Lula”. E completou: “recebo este prêmio menos como uma honraria pessoal e mais como desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados e ofendidos nestes últimos anos de estupidez e obscurantismo”.