Analistas supõem que falências de alguns bancos nos últimos dias são insuficientes para provocar crise sistêmica, mas não juram por sua suposição.
Nos Estados Unidos, em 10 de março o Silicon Valey Bank quebrou, quebra caracterizada como a segunda maior desde o Washington Mutual, na crise financeira de 2008. Em 12 de março, veio a quebra caracterizada como a terceira maior, dessa vez com a falência do Signature Bank. Elevação das taxas de juros nos EUA, que provoca saque de recursos depositados em vez da busca de linhas de crédito, e a alocação de depósitos em títulos com taxas muito inferiores às atuais seriam as razões para a quebra.
Indagada a respeito em entrevista de 13 de março a Luís Nassif, na TV GGN, a economista, escritora e pesquisadora de Peterson Institute for International Economics Monica de Bolle afirmou que, naquele momento, a situação estava tranquila nos EUA, superando, assim, a tensão de dias anteriores. O Tesouro estadunidense deu garantia plena de depósitos em bancos falidos, coisa surpreendente por se tratar de instituições não relacionadas entre aquelas sistemicamente importantes, isto é, aquelas cujas falências poderiam arrastar outras do sistema, afirmou De Bolle.
Em 15 de março, foi a vez do Credit Suisse. Ao que se informa, quebrou por conta do calote de empresas em alguns bilhões de francos, sem que o controlador do banco aportasse capital para a cobertura da perda. O governo suíço, temendo pelo sistema, anunciou que garantirá a liquidez de depósitos.
Se a crise é sistêmica, que o sistema se vire com a crise, não? Não é assim a cantada regra do capitalismo? Discordam disso os liberais e neoliberais, capitalistas sempre avessos à intervenção do Estado, mas não aos recursos do Estado para salvar seu sistema.
De toda forma, os Estados Unidos imprimem a moeda do mundo e a Suíça não é um país marcado pela fome e por parte de sua população dormir nas ruas.
A ver o que acontecerá se a crise alcançar o lado de baixo do Equador.
Leia mais em “La Casa de Papel: história de um assalto e de ricos grandes demais para quebrar”.
La Casa de Papel: história de um assalto e de ricos grandes demais para quebrar.