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Rita Serrano, em entrevista: empréstimos acima do orçado, planos em reavaliação e a busca por restabelecer o papel da Caixa

Em entrevista ao programa Mulheres em Março, transmitida pelo canal no Youtube da TV247, a presidenta da Caixa, Rita Serrano, destacou que sua gestão está selecionando novos vice-presidentes e revendo o plano estratégico do banco, o plano orçamentário e o plano de negócios, processos a serem concluídos até abril. A intenção é definir ações para modernizar o banco, prepará-lo para ser o principal braço do governo na efetivação de políticas públicas e, ao mesmo tempo, concorrer com outras instituições no sistema financeiro.

Ambiente interno

Rita salientou que, ao ser empossada, anunciou aos empregados que a “gestão pelo medo acabou”, referência ao período anterior pontilhado por práticas de assédio e perseguição. Dirigentes, entre eles o ex-presidente do banco Pedro Guimarães, e empregados acusados de envolvimento nessas práticas estão tendo suas ações apuradas por corregedoria interna e, a depender o caso, órgãos externos. A presidenta disse ainda que recriou, para “efetivar política de humanização das relações de trabalho”, a Vice-presidência de Pessoas. Pesquisa de clima organizacional, em primeira etapa com cinco mil empregados, traçará o “retrato de como os empregados do banco se sentem”.

Orçamento estourado e balanço de 2022

Rita Serrano informou que a Caixa concedeu, em 2022, R$ 7,6 bilhões na modalidade consignado emergencial, valor que “causou um problema no banco porque ele estava muito acima do que o banco tinha de orçamento para esse empréstimo”. As operações dessa modalidade, criticadas por ela por vincularem “quem depende de um auxílio para se alimentar” e definidas com altas taxas de juros – que, disse, não podem ser reduzidas – obrigaram o corte em outras linhas de crédito. Segundo Rita Serrano, “as consequências disso vão estar no balanço de 2022”. Não mencionou quais.

Estatuto

Não houve referência na entrevista, mas certamente entre alterações em análise está o estatuto da Caixa, tema relacionado no ponto governança quando de mensagem relativa aos primeiros trinta dias da nova gestão. O Estatuto, como se sabe, inclui limite para dispêndio com a assistência à saúde de empregados e aposentados, limite que, desde 2018, vem sendo ratificado em Acordo Coletivo de Trabalho, no qual também foi definida a perda do direito ao Saúde Caixa, quando da aposentadoria, aos admitidos a partir de setembro daquele ano. Nessa mensagem, a presidenta da Caixa também destacou a Funcef como “valor e atenção na pauta diária dos empregados”, além da “retomada de uma relação de respeito e constante com as Entidades Representativas”.

A ver.

a íntegra da entrevista está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=QLRV4hTyEAA&ab_channel=TV247

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