Pequeno recorte, destacado neste artigo a partir de Indicadores socioeconômicos do Brasil, período 1995-2021, divulgados pelo Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Neste recorte, referência ao último ano de cada período presidencial e, para evolução do Produto Interno Bruto (PIB), média do período considerado (Tabela, ao final).
Os resultados foram influenciados por fatores conjunturais, alguns aqui destacados.
No período FHC (1995-2002), o país sofreu choque cambial em 1999 e a moeda brasileira, sustentada artificialmente até 1998, derreteu e, assim, ganha fôlego o Fundo Monetário Internacional. FMI presente, corte de investimentos sociais, de direitos e privatização em troca de linhas de crédito.
No período Temer (2016-2018), programa “Ponte para o Futuro”, tendo por alicerce a reforma trabalhista, voltada à eliminação de direitos dos trabalhadores, e a Reforma da Previdência, voltada a dificultar a concessão de benefícios e seu valor.
Dilma Rousseff (2011-2015), ao baixar significativamente as taxas de juros em 2012 e 2013, provocou a ira especialmente de rentistas, em boa parte vinculados ao mercado financeiro, mas não apenas. Reeleita em 2014, seu adversário questionou o resultado. Na prática, nem exerceu o segundo mandato: foi cassada em 2016, sem que se tenha caracterizado crime de responsabilidade que justificasse a cassação. A coisa hoje é reconhecida como golpe parlamentar.
Por sua vez, o período Lula (2003-2010) enfrentou, em 2008 e 2009, a crise financeira mundial. Em muitos países, significativa retração econômica e quebra de empresas. O Brasil não sofreu tanto: o governo Lula adotou política anticíclica, marcada principalmente pelo crédito oferecido por bancos públicos para manter a atividade econômica, emprego, renda e consumo, enquanto instituições financeiras privadas cortavam a oferta de recursos. Emprego, consumo e renda cresceram.
Por fim, governo Bolsonaro (2019-2021). Especialmente em 2020, crise sanitária, Covid-19, de resto alcançando o mundo. Segundo o governo, tal crise provocou retração econômica, argumento reconhecido por analistas, mas apenas parcialmente: o distanciamento social necessário em razão da pandemia foi parcial, muitas das atividades da indústria, comércio e serviços foram mantidas e, em 2021, já se observava recuperação aos níveis pré-pandemia. Mas esses níveis pré-pandemia, ainda segundo analistas, já indicavam retração econômica, perda de emprego e de renda, consumo em queda, estagflação – inflação em alta e retração econômica – fome e muita gente em situação de rua.
Íntegra da análise do Dieese disponível em https://www.dieese.org.br/sintesedeindicadores/2022/indicadoresSocioeconomicosoSeriesHistoricas.html