Hélio, um bancário da Caixa de agência de São Paulo, lembra em vídeo nas redes sociais que a assembleia convocada por sindicatos para autorizar novas assembleias do mesmo tipo e aprovar proposta não divulgada é evento inadequadamente intitulado. Ele está correto: assembleia, substantivo feminino, etimologicamente do francês assemblée, significa reunião de pessoas ou lugar onde as pessoas se reúnem. Se política, Assembleia Constituinte; se jurídica, assembleia constitutiva ou consultiva; se religiosa, Assembleia de Deus. No evento chamado por sindicatos para este 26 de agosto, sob as ordens da Contraf-Cut, a coordenadora de encontros com banqueiros, não se anuncia reunião, nem local, nem discussão, falação a favor ou contra, menos ainda trabalhadores ao lado de outros trabalhadores. Ao que se anuncia, ao bancário será concedida a prerrogativa de marcar um x em um sim ou em um não, talvez um x em abstenção, sem que se possa verificar quantos serão os sins ou os nãos. Há que se reconhecer que a Contraf-Cut não está inovando. Ordens de xis a favor de pactos não publicados e acordos com anexos não revelados repetem-se nos últimos anos sob o endosso do virtual.
Assim, o evento de hoje deve ser definido como engodo ou, dizem os dicionários, artifício com que se tenta atrair, aliciar ou induzir alguém; ardil, manobra, tapeação. Para não parecer ofensivo e nem ferir os negociadores sempre tão sensíveis, pode-se, vá lá, denominá-lo plebiscito.
Então, hoje, 26 de agosto, a Contraf-Cut fará que se promova, por meio virtual até 24 horas de hoje mesmo, mas limite prorrogável a amanhã ou depois, um plebiscito a respeito de algo superficialmente mencionado e que se quer aprovado. A ver o anúncio do resultado, não necessariamente todo o resultado.