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Reajustes abaixo da inflação: trabalhadores perdem renda

Na data-base maio de 2022, 54,5% dos reajustes salariais ficaram abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), diz o Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Em 32,1% das convenções e acordos monitorados pelo departamento, a correção foi igual ao INPC e, acima deste índice, 13,4% dos casos.

Desemprego em alta – milhões em busca de vaga por qualquer remuneração – e retração da atividade econômica contribuem para a perda de renda da maioria ainda empregada. Inflação crescente, no Brasil causada especialmente pelos custos da energia, aqui considerada variação de preços dos combustíveis, também dificulta a negociação e, se não reposta, é retração salarial.

No período janeiro-maio, o resultado não é melhor: inferiores ao INPC, 44,7% dos reajustes; iguais ao índice, 32,9%; superiores, 22,4%. Por segmento de atividade, correções salariais abaixo do INPC ocorreram, nos primeiros cinco meses do ano, em 33% dos casos de empresas de comércio, 37,2% da indústria e 51,6% de serviços.

Bancários

Para 1º de setembro. o reajuste definido em pauta de reivindicações dos bancários entregue aos banqueiros corresponde à aplicação do INPC e, aos salários corrigidos por esse índice, mais 5% de ganho real. Repete-se, portanto, reivindicação de anos anteriores.

Embora bancos se caracterizem por segmento que, diferentemente da grande maioria, ganha sempre, com crise ou sem ela, observadas as convenções desde 2016 os reajustes aplicados naquela data-base e em setembro de 2020 foram inferiores à inflação. Nos demais anos superaram o INPC, mas em percentuais que mal compensaram a perda salarial. O ganho real acumulado no período limitou-se a 0,89%. Para referência, nos cinco maiores bancos a rentabilidade sobre o patrimônio líquido – lucro em relação ao capital aplicado – foi, na média 2016-2020, de 20,8% no Itaú; 18,2%, Santander; 18%, Bradesco; 15,5%, Caixa; 11,8%, Banco do Brasil.

As campanhas desde 2016 limitaram-se à mesa de negociação, sem que tenha havido, efetivamente, envolvimento dos bancários. Houve ano em que a própria convenção coletiva só foi disponibilizada para a categoria meses após assinada por banqueiros e sindicatos.  A ver como será em 2022.

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