Quinto de seis artigos relativos aos resultados da Caixa, base 2020. Amanhã (24), canais de atendimento.
A Caixa tem algumas subsidiárias, das quais detém integral ou parcialmente o capital. Dentre elas, aquelas com serviços e produtos que podem ser oferecidas ao ganho privado.
Loterias S.A.
Ao que se anuncia como intenção da direção do banco, a Caixa Loterias S.A., subsidiária integral constituída em janeiro de 2016, herdará a administração das Loterias Federais, atividade hoje da Caixa. Atividade herdada, passo seguinte será a abertura de capital a sócios privados.
Por administrar as Loterias Federais, a Caixa recebeu em 2020 R$ 1,8 bilhão, 7,9% do total contabilizado em receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias. Em 2020, as Loterias Federais arrecadaram R$ 17,1 bilhões em apostas. Desse montante, R$ 3,7 bilhões (19%) destinaram-se a custeio e manutenção, R$ 5,787 bilhões (33,8%) a prêmios e R$ 8,047 bilhões (47%) a fundos sociais e ao imposto de renda.
Com sócios privados abre-se a caça à nova distribuição do arrecadado. Serão favorecidos os sócios privados, “investidores” de algo já consolidado há décadas.
CaixaPar e Cartões
A CaixaPar, com capital de R$ 5,2 bilhões, inclui empresas cujo controle é compartilhado: Tecban, Quod, Caixa Crescer, Caixa Imóveis e Banco PAN. O PAN, com R$ 4,175 bilhões em capital social e lucro líquido de R$ 655 milhões em 2020, representa 79,6% do total da CaixaPAR. A Caixa tem alienado sua participação nessa instituição. Hoje, detém 26,8% das ações emitidas ante 34,3% em agosto de 2020.
Caixa Cartões Holding S.A., antes sob o guarda-chuva da CaixaPar, foi constituída como subsidiária da Caixa no segundo trimestre de 2020. Integra essa holding a Elo Serviços S.A., que em 2020 destinou à Caixa, pelo método de equivalência patrimonial, resultado de R$ 181,1 milhões. Estão sendo constituídas empresas voltadas a outros segmentos, entre eles o de “adquirência” (intermediação de pagamentos com cartões).
Em janeiro de 2021, a Caixa publicou fato relevante ao mercado informando que “reabriu o processo de seleção de parceria estratégica”. Novos sócios privados à mesa.
Caixa Seguridade
A joia da coroa. Vinculam-se a ela a Caixa Holding Securitária S.A., Caixa Corretagem S.A. e empresas de seguros, capitalização e participações.
Em 2020, acordos operacionais proporcionaram a renovação e formalização de novos contratos. A francesa CNP Assurance, mediante antecipação de receita de R$ 7 bilhões contabilizada pela Caixa, ganhou o direito de explorar seguros de vida, prestamista e produtos de previdência até 2045. Há, em relação à CNP, acordo para constituição de nova sociedade para exploração, por 20 anos, do ramo de consórcios e serviços assistenciais. Também chegaram ao lado de dentro do balcão a Tokio Marine, com direito a explorar por 20 anos seguros habitacionais e residenciais, e a Icatu para, também por 20 anos, explorar produtos de capitalização.
A Caixa obteve em 2020 com a Caixa Seguridade, pelo método de equivalência patrimonial, resultado de R$ 5,968 bilhões. No balanço divulgado pela Caixa Seguridade, contabiliza-se a emissão de R$ 7,9 bilhões em prêmios de seguro e lucro líquido de R$ 1,769 bilhão.
Seguros, como se sabe, não são vendidos de porta em porta. São necessários balcões, vendas vinculadas a outros produtos e serviços e clientes, aos milhões, coisas que a Caixa tem há muito tempo.