ESTANTE

Entre as consequências do estresse de negociação, surto de amnésia e redação sorrateira

Em nota publicada em 30/12/20, a Fenae informa que a Comissão Executiva dos Empregados (CEE), grupo que assessora a Contraf-CUT em mesa de negociação com a Caixa, cobra do banco a “inclusão dos novos empregados no Saúde Caixa conforme previsto no ACT”. Vale lembrar: novos são os concursados admitidos a partir de 1º de setembro de 2018 e que, por conta do acordo coletivo de trabalho de 2018-2020, negociado pela mesma CEE, foram impedidos de se vincular ao Saúde Caixa.

Algum desavisado há de perguntar: mas tal inclusão não se havia efetivado? Não esteve justamente aí o argumento para a CEE defender, em agosto de 2020, o acordo por ela negociado?

Quando anunciado o direito à inclusão, a CEE, certamente por algum lapso, esqueceu-se de anunciar que os novos, mesmo incluídos, não seriam incluídos quando iniciada a vigência do acordo (1/9/2020). A oração parece contraditória, mas contraditória é a negociação. Ou não?

O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que agora se reivindica o cumprimento, diz que “Aos empregados admitidos após 31/08/2018 será oferecido, como única opção, a adesão ao Saúde Caixa, em razão da extinção do benefício de assistência à saúde na modalidade reembolso. A modalidade de reembolso somente será extinta quando da reabertura do Saúde Caixa.” (grifo nosso).

Passados quatro meses, nada. A rigor, a Caixa está cumprindo o acordo, dado que não houve a reabertura. A reabertura, há quem tema, será efetivada quando ela, a Caixa, tiver interesse.

Mas nada de ceticismo: em breve, nova nota publicada pela Fenae retratará que “graças à pressão das entidades, os novos serão incluídos no Saúde Caixa”.

A redação sorrateira do ACT e os meses passados serão esquecidos!

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